Soja e milho enfrentam perdas significativas devido à falta de chuva em Palmeira das Missões
11/02/2025

A estiagem que atinge Palmeira das Missões neste início de 2025 tem provocado sérias perdas na produção agrícola da região, especialmente na soja e no milho, afetando diretamente os produtores locais. Com chuvas irregulares e áreas com grande diferença na quantidade de precipitação, a situação tem se mostrado desafiadora para os agricultores.
A estimativa mais recente aponta uma redução de 15% na produção de soja, com algumas propriedades enfrentando uma queda considerável na produtividade. O clima instável fez com que a distribuição das chuvas fosse desparelha, resultando em áreas de grande produtividade, enquanto outras enfrentam dificuldades severas devido à falta de água. Mesmo com a perda percentual pequena, a grande extensão de terras cultivadas – cerca de 110 mil hectares em Palmeira das Missões – faz com que o impacto total seja significativo, afetando tanto a economia local quanto a produção de alimentos.
A produção de milho também apresenta desafios. A área cultivada de milho chega a 15 mil hectares em Palmeira das Missões, com oito mil hectares irrigados. Nestes, a expectativa de produtividade é muito alta, com projeções de mais de 11 toneladas por hectare. Porém, nas áreas de sequeiro, o impacto da estiagem é mais pronunciado. Em algumas dessas áreas, a estimativa de perdas é de até 50%, o que afeta uma parte significativa dos produtores, já que 70% dos agricultores locais cultivam milho.
De acordo com o extensionista rural da Emater de Palmeira das Missões, Maurício Stochero, a situação é especialmente preocupante para os produtores de leite, que enfrentam uma redução no estoque de forragem para as vacas. O déficit na alimentação dos rebanhos tem levado os produtores a recorrerem ao uso intensivo de silagem, o que compromete o estoque de forragem disponível para o resto do ano. Essa escassez pode resultar em um aumento nos custos de produção e até na redução da produção de leite em algumas propriedades.
Além disso, as perdas na produção de mandioca e alface, embora mais pontuais, também contribuem para o quadro geral de dificuldades enfrentadas pelos agricultores locais. Apesar da situação complicada, a cidade ainda não registrou faltas significativas no abastecimento, e não há registros de caminhões-pipa rodando ou secagem de fontes de água até o momento.
O impacto da estiagem na produção agrícola é expressivo, e os números ainda estão sendo ajustados. A prefeitura de Palmeira das Missões está finalizando um laudo de estimativa de perdas, que deve ser concluído nos próximos dias. A partir disso, as autoridades locais decidirão se será necessário declarar situação de emergência, como fizeram municípios vizinhos.
Enquanto isso, produtores locais seguem na expectativa, aguardando um prognóstico mais claro sobre a recuperação da produção e sobre as possíveis medidas que podem ser adotadas para mitigar os prejuízos causados pela estiagem.
O futuro imediato dependerá das próximas semanas e das condições climáticas, além de uma ação coordenada entre as autoridades municipais, estaduais e os próprios produtores para enfrentar os efeitos da seca e garantir o mínimo de recuperação nas lavouras e no abastecimento.