Marlei Veiga da Silva é a primeira motorista do transporte escolar de Palmeira das Missões

20/05/2022

Acordar todos os dias antes do sol nascer. Sair de casa às 4h45min. Ser responsável por 25 alunos de 4 a 17 anos. Dirigir um micro-ônibus escolar por 200 quilômetros de segunda a sexta-feira. Essas não parecem tarefas fáceis, mas a funcionária pública Marlei Veiga da Silva, de 42 anos, enfrenta todos os desafios impostos pelo trabalho sem tirar o sorriso do rosto e convicta de ter realizado um sonho de infância: ser motorista!

“Meu dia a dia é muito corrido, porém, enfrento os desafios diários como qualquer motorista de transporte escolar. Inclusive, existe o frio no momento, que influencia no nosso bem estar diário, pois as crianças saem em torno de 5h45, 6h, e precisamos estar no ponto correto em cada casa, em cada parada. [...] Precisamos ser a proteção e segurança delas e isso eu faço aos meus alunos, pois carrego a cada um com cuidado, como se fossem meus filhos e netos.”, conta Marlei.

Depois de fazer o percurso da manhã, de buscar os alunos e levá-los de volta para suas casas, ela retorna à cidade para então almoçar, quando o relógio já bate 15h. Às 17h ela já está preparada para iniciar outro turno, dessa vez para atender os alunos da noite.

A primeira motorista da história do transporte escolar de Palmeira das Missões é casada com Vilson Simões, mãe de Beatris, Álvaro Gabriel e Vanessa. Avó de Enzo Valentim e Bryan Pietro. Ela começou a trabalhar na Secretaria de Educação do Município há 4 meses, através de processo seletivo, para atuar no Transporte da Rede Municipal e Estadual e, ainda, transportar os alunos da Escola de Música e Arte e da Escola Técnica Celeste Gobbato.

“Hoje ainda há sim o preconceito contra a mulher mas eu, com a equipe de trabalho, nada sofri nesta área. Me receberam de braços abertos. [...] Mas enfrentei algumas situações de preconceito em uma comunidade, aquele olhar de que eu era menos que o homem que dirigia lá. Mas segui de cabeça erguida, sabendo que a opinião de pessoas machistas não me afetaria e que hoje não há espaço para este fato entre as mulheres da minha geração”, disse a servidora pública.

Fora da rotina de trabalho, Marlei valoriza muito a família e busca cultivar a união, o respeito e a harmonia entre eles. “Quando estamos juntos consigo descansar e ver como é importante a família unida. A cada dia posso agradecer, pois sou realizada ao ser mãe, vó e esposa. [...] Meus pais são meu maior tesouro. Vim de uma família de agricultores que sempre consideraram o trabalho prioridade. É isso que me faz levantar todo dia, saber que alguém espera por mim com um sorriso aberto”, garantiu.

Para finalizar, ela incentiva todas as mulheres a lutarem pelos seus sonhos, acreditarem na sua força e sensibilidade, sem perder a feminilidade. “Então mulheres, sejam o que quiserem sonhar e sejam femininas em qualquer lugar. Mulher é o que ela quiser ser e temos a força do querer, a fé do impossível e a alma feminina, que é sensível e alcança sonhos. Pense e realize-se como pessoa, como mulher, como parte de um mistério, pois até hoje ninguém entende como as mulheres evoluíram sem perder a ternura jamais!”, finalizou.

Fonte: Câmara de Vereadores

Foto: Camila Schmitt Carvalho