Importância da vacinação no combate à covid-19

09/04/2021

Uma chama tomou conta de todo o mundo: a esperança. E no Brasil, apesar do agravamento da pandemia de covid-19, a chegada da vacina contra a doença reascendeu a esperança e a fé em dias melhores. A vacinação, que teve início em janeiro deste ano no país, representa um alívio diante de inúmeras notícias tristes.

Nas redes sociais, as milhares de fotos e depoimentos de parentes e de pessoas que receberam a vacina, se tornaram doses diárias de alegria e esperança. No entanto, é necessário ressaltar a importância de se vacinar, uma vez que, ainda que em minoria, alguns se recusem a receber o imunizante. Diante disso, um dos principais focos da campanha de vacinação bem como dos meios de comunicação que divulgam a mesma, precisa ser a comunicação. E a mensagem deve ser clara e objetiva, ressaltar a importância de tomar a vacina e, principalmente, não esquecer a segunda dose.

“Precisamos nos vacinar, com certeza. A vacina é uma grande esperança na pandemia. Sabemos que esse vírus tem variantes, sabemos que algumas delas parecem não ser cobertas pelas vacinas que temos até agora, mas isso, infelizmente, é esperado, e cabe à indústria ir estudando as novas cepas para que as vacinas sejam produzidas. Sempre faço uma alusão que na guerra precisamos ir lutando com as armas que tivermos e, neste momento, a vacina é uma delas”, disse a médica clinica geral e dermatologista, Daiane Saldanha de Ávila.

“A importância de tomar a vacina é para evitar casos graves da doença e internações hospitalares. A vacina não garante imunidade 100% contra a covid-19, as pessoas ainda podem se contaminar e transmitir, mas ela protege e evita casos graves”, complementa enfermeira e epidemiologista responsável pelo setor de vacinação de Palmeira das Missões, Cristiane Moraes.

Outra questão importante é a segunda dose da vacina. De acordo com especialistas, caso a pessoa não tome a segunda dose após o prazo estabelecido é incerto quais podem ser os efeitos, no entanto, o processo não deve ser retomado do início.

Desmistificando crenças

Para reforçar a importância da imunização e de que só ela poderá oferecer maior segurança em relação à doença, a comunicação é uma importante aliada, tanto que, no Plano Nacional de Imunização - PNI, o Ministério da Saúde dedica algumas páginas ao tema.

Um dos objetivos é quebrar crenças negativas a respeito da vacina, uma posição até então contrária à adotada pelo presidente Jair Bolsonaro. No PNI, duas fases da campanha de comunicação são propostas. Na primeira, informar sobre a produção dos imunizantes e, depois, uma etapa com foco na vacinação em si.

Presidente do Conselho Municipal de Saúde, a enfermeira Priscila Rodrigues reforça que, para o esclarecimento da população sobre as vacinas, todas elas são seguras e indicadas por profissionais da saúde. “Mentiras veiculadas por redes sociais tem dificultado a adesão de muitos a vacinação. Pessoas que estão nos grupos prioritários não devem, de forma alguma, abrir mão deste direito e privilégio”.

De acordo com Priscila, mesmo que o andamento da vacinação no Brasil ainda esteja lento, a vacina representa esperança em dias melhores. “Infelizmente, o ritmo de vacinação não é o esperado e, nem de longe, o necessário para conter a pandemia, mas é a possibilidade real que temos hoje de evitar complicações e óbitos, assim como o colapso dos serviços de saúde. Há décadas vacinas têm prevenido diversas doenças, evitado muitas mortes e agravos e todas as autoridades na área reforçam sua eficácia e importância. Não é admissível que a população de ouvidos a boatos infundados, ao invés de avaliar a história e a posição de especialistas”, explicou.

“Não tenham medo. A vacina é segura e indicada por tantos que médicos que estão estudando para que o nosso povo melhore. Eu estava esperando pela vacina e quando tomei a primeira dose, me senti um pouco mais tranquilo. Eu não senti nenhuma complicação depois da vacina, tudo foi bem tranquilo para mim, me cuidei para não sair de casa até que estivesse completamente imunizado e vou seguir me protegendo até que tudo isso acabe. Em março, quando recebi a segunda dose, as enfermeiras me perguntaram se estava doendo, mas eu não senti nada, eu só senti que fizeram uma fotografia minha lá na frente”, disse sorrindo o Padre da Paróquia Santo Antônio, João Batista van Antwerpens, aos 89 anos de vida.

Vacinas no Brasil

De acordo com a última atualização do Ministério da Saúde, a grande maioria das vacinas aplicadas (82,2%) são da Coronavac, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan e que desde dezembro está sendo produzida no Brasil. Os outros 17,8% são da AstraZeneca-Oxford, que no país é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

No último mês, o Ministério da Saúde firmou acordo para adquirir 100 milhões de doses da vacina da Pfizer-BiONTech, mas a maioria delas devem ser entregues apenas no segundo semestre de 2021. O mesmo acontece com o imunizante da Janssen, braço farmacêutico da Johnson &Johnson, que deve entregar 38 milhões de vacinas em dose única a partir de agosto. Há ainda, negociações para aquisição da vacina russa Sputnik V.

Segundo a Técnica de enfermagem, Iliane de Fátima Ozelame, que foi uma das três primeiras pessoas a receber o imunizante em Palmeira das Missões, a vacina tem um significado ainda maior. “A vacina é fundamental para a humanidade, as vacinas são para nos proteger de doenças graves e é uma das mais importantes ferramentas utilizadas para prevenir e controlar doenças e, no caso da covid-19, para que o vírus não se propague ainda mais. Espero que logo venha para toda a população, assim todos estaremos imunizados e voltaremos a ter uma vida normal e saudável”, ressaltou.

Para a enfermeira, que trabalha há 22 anos no Hospital de Caridade, o dia 19 de janeiro de 2021 ficará eternizado na memória e em sua história. É a data que marca a chegada da vacina contra a covid-19 e o momento em que ela foi imunizada. “Estou trabalhando desde o início da pandemia, achava que seria um dois meses e tudo voltaria ao normal. Já se passou um ano e continua cada dia pior. Agora com a abertura da UTI em nosso hospital, mesmo que ainda não esteja completamente pronto, o atendimento que podemos dar aos pacientes melhorou muito. É muito difícil você ter um paciente grave e não ter uma UTI pra receber este paciente. Eu recebi as duas doses da vacina e continuo me cuidando, por isso, eu peço para que as pessoas continuem se cuidando também, pois a pandemia ainda não terminou. Logo tudo isso vai passar”, afirmou.

O comunicador, João Tomaz Ardengui, conta que, após a vacinação a sensação é de alívio e a certeza do início de um novo caminho. “Aquelas mãos abençoadas num passe de mágica me injetavam um líquido enviado pelo nosso pai maior. Uma chance para a vida prosseguir. Me senti privilegiado. Acredito que no momento não tenha nada mais importante do que a vacina contra a covid-19. Comprovada cientificamente que evita a morte nos seres humanos e protege contra internações graves e, futuramente, a circulação do vírus. Deus seja louvado”.

Sobre a importância a da vacinação, João Tomaz destaca a necessidade de cuidar de si e, principalmente, do próximo. Se você ama sua família, ama o próximo, pratica a caridade e respeita o seu semelhante, você é justo e perfeito. Vacine-se você também, não importa a sua religião. Por caminhos diferentes todas nos levam ao mesmo destino que é "Deus". Ele se manifesta de diversas formas, acredite nisso. O julgamento é agora. Vacine-se. Use máscara, álcool gel, higienize as mãos e mantenha distanciamento. Não mate e não morra. Mas se insistir em não se cuidar, fique sozinho. Não volte para casa”, concluiu.

Desde o dia 19 de janeiro deste ano, data da chegada da vacina em Palmeira das Missões até o momento, o município já aplicou 6.283 doses de vacinas contra a covid-19. Destas 5.133 contemplam a primeira dose e 1.150 a segunda dose, que foram aplicadas em profissionais da saúde, idosos em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) e idosos na faixa etária correspondente. O total destes imunizados representa os grupos 1, 2, 3 e 8 do Plano Nacional de Imunização.