Dificuldades na Safra de Inverno 2024

02/07/2024

O mês de junho chega ao fim, e observamos no ambiente produtivo dificuldades encontradas pelos produtores. A safra de verão 2023/2024 ficou marcada pelo elevado volume de chuvas, que além dos danos as lavouras, provocaram erosão, lixiviação de nutrientes e a perda do patrimônio mais valioso em uma propriedade, o solo.

Nos pequenos intervalos que tivemos, entre a colheita da safra de verão e implantação das culturas de inverno, o tempo foi utilizado para reparar os danos. Com isso, foi possível observar, na grande maioria das lavouras do município, operações envolvendo a mobilização de solo, buscando reparar as imperfeições oriundas do elevado índice pluviométrico que acometeu nosso estado. Além destas operações, foram realizados, também, calagem, correção de solo e implantação de culturas de inverno. Porém, a segunda quinzena do mês veio acompanhada, novamente, de muita chuva, e consequentemente, mais uma vez provocando estragos as lavouras.

A safra de inverno deste ano tem boas previsões relacionas ao clima. Temos consciência que a implantação de uma cultura é um fator determinante para o seu sucesso, no entanto, os agricultores do nosso município já enfrentam limitações provocadas pelos fenômenos climáticos. Uma vez que, a adubação realizada junto a semeadura, com os elevados volumes de chuvas, acaba se perdendo e reduzindo sua eficiência, a população final de plantas, têm a sua emergência desuniforme e redução na quantia esperada de plantas estabelecidas. Ademais, os pré- emergentes utilizados com a função de prevenir a lavoura da emergência de daninhas não exercem seu papel.

Para isso, manter o solo coberto o ano todo, tendo, nos intervalos de culturas de interesse econômico, plantas de cobertura estabelecidas que reciclam nutrientes e protegem o solo do impacto das chuvas, é uma das alternativas possíveis e de fácil execução que podemos adotar ao nosso sistema, respeitando, sempre, os pilares do plantio direto.

Em síntese, iniciamos a safra de inverno com o pé esquerdo, no caráter agronômico. Por isso, devemos observar detalhadamente quais foram os impactos provocados em cada talhão, buscando, se possível, repará-los e proporcionar condições favoráveis ao sucesso das culturas, uma vez que, representam renda e rentabilidade as propriedades diante de um cenário de margens curtas e incertas sobre o preço final de produtos.


 

Germano Froehlich Foresti

Engenheiro agrônomo CREA-255872

GF RURAL- Planejamento, Consultoria, Perícias e Gerenciamento Agropecuário LTDA

Representante do departamento técnico da Comissão Jovem do Sindicato Rural de Palmeira das Missões-RS