Dia Mundial da Conscientização do Autismo

03/04/2020

No dia 02 de abril, é celebrado o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, transtorno de desenvolvimento que prejudica a capacidade de se comunicar e interagir. Segundo o Dr. Gilberto Feldens, médico pediatra, o diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado faz toda diferença na vida do paciente e da família. "É importante ressaltar que o tratamento dependerá do diagnostico precoce, de cuidados contínuos, persistência, tranquilidade, dedicação e muito amor de todos os envolvidos", explica.

Diante disso, o médico esclarece duvidas comuns referentes ao autismo.

O que é o autismo?

É um transtorno de desenvolvimento, que possui três níveis, podendo ser leve, moderado e grave. É definido por alterações que costumam aparecer logo nos primeiros anos de vida, comprometendo as habilidades de comunicação, interação social e no uso da imaginação.

Quais são as causas?

As causas do autismo ainda são muito discutidas. Acredita-se que a origem do autismo esteja ligada a fatores genéticos, biológicos e ambientais. No entanto, saber como o cérebro dessas pessoas ainda é um mistério para ciência.

Quais os sintomas?

A família precisa estar atenta aos sinais de alerta. São eles:

9 meses: não balbucia;

12 meses: não compartilha gestos;

16 meses: nenhuma palavra;

24 meses: sem linguagem funcional de frases e duas palavras ou qualquer perda de linguagem ou habilidade social em qualquer idade.

Alguns sintomas:

- Calma ou sonolência em excesso;

- Rejeição do colo e do aconchego;

- Ausência de comportamentos de imitação ou de expressão de sentimentos e emoções;

- Aparecimento de estereotipias ou comportamentos repetitivos;

- Alterações no sono;

- Dificuldades para alimentação.

Como identificar?

Para diagnosticar o autismo, a melhor avaliação é a do quadro clínico da criança pelo médico. Não existem testes laboratoriais específicos para detectar o autismo. O médico utilizará um método para identificar o melhor diagnóstico baseado na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde (CID-10) ou no Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais da Academia Americana de Psiquiatria (DSM-5).

Quais os níveis de autista?

Terminologias comumente conhecidas anteriormente como Autismo, Transtorno Global do Desenvolvimento ou Síndrome de Asperger, foram englobadas como Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) no DSM-5. O termo espectro indica a existência de grandes variações no grau e na maneira que o autismo se manifesta em cada pessoa. Como já mencionado anteriormente, possui três níveis, podendo ser leve, moderado e grave.

Qual tratamento adequado?

Quanto mais cedo iniciar o tratamento, melhor. Abordagens inclusivas e recursos para auxiliar na comunicação, na interação e nos cuidados da criança devem ser pensados em conjunto e de maneira interdisciplinar: médicos, educadores, fonoaudiólogos, psicólogos, enfermeiros, profissionais de educação física, entre outras práticas complementares podem ajudar e devem ser conversadas com os profissionais de saúde e educação da criança.

Como os pais podem se adequar diante desta nova realidade?

A família precisa ter uma visão desafiadora, corajosa e de muito amor. Pais precisam conhecer a questão do autismo, admitir o autismo de seu filho e buscar apoio de uma equipe de profissionais interdisciplinar e pessoas que também estejam envolvidas com a mesma questão. Não enfrentar tudo sozinho é um aspecto bem importante.

Quais as recomendações para quem tem filho com autismo?

O mais importante é o diagnostico precoce, que trará melhores resultados. Cuidar com amor, frequentar locais públicos, fortalecer a independência e estabelecer rotinas que facilitem a organização pessoal do seu filho são boas formas de contribuir para um desenvolvimento baseado em valores e afetos importantes para sua inserção na própria família e comunidade.

Carine Zandoná Badke/TP