Dia do Colono e Motorista: Uma data para homenagear aqueles que cultivam a terra e os que conduzem o volante

26/07/2021

Ao iniciar essa matéria, aproveitamos para expressar a nossa admiração àqueles que plantam e transportam as bases do desenvolvimento. No próximo domingo, 25, é comemorado o Dia do Colono e do Motorista. Em muitos municípios, no dia 25 de julho também é comemorado o dia de São Cristóvão e, por isso, possui um significado ainda mais especial.

São Cristóvão é protetor dos motoristas e dos viajantes. Cristóvão significa “aquele que carrega Cristo” ou “porta-Cristo”.

“Uma das lendas mais conhecidas se refere a Reprobus, filho de um rei pagão. Ele teria sido batizado por um monge, o qual o educa na fé cristã e o batiza. Como Reprobus era forte, ele ajudava as pessoas a atravessar um rio perigoso, no qual muitos haviam morrido ao tentar atravessar.Certo dia, ele fez a travessia de uma criança, a qual ficava cada vez mais pesada, de maneira que ele tinha a impressão de que o mundo inteiro estivesse em seus ombros. Essa criança revelou ser o Criador e o Redentor do mundo. Daí provém o nome Cristóvão, que significa "aquele que carrega Cristo”. Por isso, no dia 25 de julho é comemorado o Dia de São Cristóvão, santo padroeiro dos motoristas e dos viajantes”, conta o Padre da paróquia Santo Antônio, Aldino Kiesel.

Já a definição do dia 25 de julho como Dia do Colono deu-se em 1924, em meio às comemorações do centenário de vinda dos primeiros imigrantes ao Rio Grande do Sul. A data simboliza a chegada da primeira leva de imigrantes à cidade de São Leopoldo.

Nesta reportagem, vamos contar histórias de dois trabalhadores. Da mão que guia o arado a mão que conduz o volante, conhecemos um pouco mais sobre o casal de agricultores, Paulo André Oliveira e Josiane Azeredo oliveira, e também o motorista, Jose de Lima Chicatte.

Dia do Motorista

A bordo de seus carros, caminhões, ônibus, carretas e motos, os motoristas carregam consigo uma grande responsabilidade social. São encarregados de transportar diversos tipos de mercadorias, vidas famílias e até mesmo sonhos, por diversos caminhos.

Especialmente nesta data, vale refletir sobre a importância dos quase 2 milhões de motoristas de caminhão, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio - PNAD, espalhados pelo país inteiro.

Os desafios de quem trabalha nas estradas são imensos, principalmente desde o último ano com a chegada da pandemia provocada pelo novo coronavírus. Especialmente, os motoristas que trabalham na área da saúde, assumiram um papel fundamental, junto aos profissionais da saúde, na linha de frente do combate à doença.

Um dos exemplos de dedicação e paixão pelo trabalho é Jose de Lima Chicatte, de 46 anos, que há 13 anos trabalha como motorista, sendo 3 como motorista da Secretaria Municipal de Saúde de Palmeira das Missões. Segundo ele, apesar de todos os desafios e sustos que já enfrentou na estrada, a maior recompensa é chegar ao destino final com todos bem.

“Há 3 anos eu levo pacientes, muitas vezes acamados, para consultas e a realização de exames em outros municípios, saindo de madrugada ou em qualquer outro horário. “O que nos deixa felizes, falo em nome de todos os colegas da saúde, é chegar ao destino e saber que o paciente recebeu uma boa notícia do médico, que melhorou e não precisa mais ir ou, ainda, que a consulta ficou para mais distante, já que está melhorando. Esse tipo de coisa é prazeroso. Quando um paciente entra na van, se identifica com o motorista e diz: “então é você, posso dormir tranquilo”. E quando dorme, a gente sente que eles têm confiança e, Deus sempre está no comando”, afirmou.

José que é casado, tem dois filhos e dois netos, conta que gosta muito de sua profissão. “São muitas idas e vindas por esse chão muito perfurado, onde tive muito susto, mas é prazeroso por ter conseguido chegar ao destino. Já passei muitas noites em claro, muitas madrugadas chuvosas e já vi muitos acidentes fatais com colegas de estrada, é perigoso, mas também é prazeroso dirigir. Eu gosto muito do que faço”, conclui.

Dia do Colono

No dia que também é dedicado aos colonos, é preciso ressaltar a importância da mulher no cenário das pequenas propriedades rurais. A união e parceria do casal Paulo e Josiane é exemplo disso, e faz a diferença na hora de produzir o alimento que é oferecido para outras famílias. Juntos eles idealizaram a Cia da Verdura.

No Brasil, milhões de agricultores e agricultoras familiares são responsáveis por sete de cada dez alimentos que abastecem a mesa do consumidor.

“Começamos com tomates orgânicos. Através da venda de tomates, os clientes começaram a pedir outros produtos como alfaces, temperos, rúcula, couve e outros. Então, um dia conversando com o Paulo, pensamos: por que não ter outros produtos como as hortaliças? Como sou pedagoga e minhas colegas de trabalho sempre estavam pedindo, assim como as diretoras de algumas escolas, resolvemos fazer parte do projeto da agricultura familiar para alimentação escolar/PNAE”, contou Josiane.

Na propriedade localizada na linha Passo Raso, Km 12 da RS 569, interior de Palmeira das Missões, a família toda é envolvida com o trabalho de cuidar da terra e produzir alimentos. Uma das filhas do casal, Vitória Azeredo Oliveira, incentivou o começo das atividades, quando ainda estava no início da graduação em agronomia. “Foi a partir dos tomates que tivemos a ideia de focar em hortaliças, o Paulo começou a plantar tanto na terra com dentro das estufas. Estamos batalhando para oferecer o melhor para a mesa de cada cliente”, afirma Josiane.

Hoje, a produção de hortaliças é o carro chefe da propriedade. Além de realizar o plantio na terra que cultivam, a produção também começará a ser feita por meio da hidroponia. O termo é utilizado para dar nome ao sistema de cultivo de plantas caracterizado por não precisar de solo. As raízes das plantas ficam dentro da água e soluções fertilizantes são adicionadas à água para alimentar as plantas.

É possível encontrar muitos produtos hidropônicos nos supermercados. Os produtores encontraram na hidroponia muitas vantagens, sendo a principal delas a possibilidade de cultivar o ano todo, uma vez que o clima da estufa é controlado.

Atualmente, a família realiza entrega dos alimentos em 10 escolas estaduais que pertencem a 20ª Coordenadoria Regional de Educação. A entrega também é feita em diversos mercados, lanchonetes, restaurantes e também em residências.

“Nós lidamos apenas com produtos orgânicos para o bem da saúde de nossos clientes”, concluiu Josiane.