Caso Rafael Winques: Alexandra Dougokenski deve depor nesta quarta-feira
18/01/2023
O terceiro dia de audiências no júri de Alexandra Dougokenski, acusada de matar o filho, Rafael Mateus Winques, de 11 anos, nesta quarta-feira (18), com o interrogatório da ré. Após essa etapa, os jurados assistem ao debate entre acusação e defesa, antes de se reunirem para definir se a denunciada é culpada ou inocente.
O julgamento ocorre no fórum de Planalto, no Norte do Rio Grande do Sul, desde segunda-feira (16). Veja abaixo resumos dos primeiros dias de audiências.
Alexandra Dougokensk está presa desde a época do caso e é acusada de quatro crimes: homicídio qualificado, ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual.
Rafael morreu por asfixia provocada por estrangulamento, segundo a perícia. O primeiro júri, em março de 2022, foi encerrado após cerca de 11 minutos, devido a um desentendimento entre a defesa e a acusação.
Primeiro dia de júri
O primeiro dia do júri da morte de Rafael Mateus Winques teve depoimentos de dois delegados e da ex-professora do menino.
A primeira a depor nesta segunda foi a ex-professora de Rafael, Ana Maristela Stamm. Ela dava aulas de ciências e artes à vítima. Disse que menino era muito inteligente, disciplinado e querido, mas muito quieto. Ela lembrou que, durante as buscas por Rafael, foi algumas vezes à casa de Alexandra. Disse que a mãe do menino não parecia aflita com o desaparecimento do filho e "se mostrava tranquila".
O segundo a depor foi o delegado Ercilio Raulileu Carletti, que conduziu as investigações na época do crime. Ele destaca que ao fim do inquérito, não restou dúvidas para a polícia de que Alexandra matou o filho. "Tenho certeza absoluta que foi ela [que matou Rafael]. Se não tivesse certeza não teria indiciado ela", disse.
Na sequência, foi realizado o depoimento do delegado Eibert Moreira Neto. Segundo o delegado, todas as hipóteses foram investigadas pela polícia, porém todas elas foram "totalmente" afastadas, como a de que Alexandra encobria outra pessoa ou contava com ajuda de terceiros. "Ela confessava a prática do crime, mas a dinâmica que ela estabelecia não era inverossímil", disse.
Houve discussões entre a equipe de defesa da ré e os representantes da acusação, sendo necessário que a juíza interrompesse a sessão.
Segundo dia de júri
O segundo dia do júri da morte de Rafael Mateus Winques, de 11 anos, nesta terça-feira (17), ouviu familiares da vítima e da ré.
O primeiro a depor foi ex-namorado de Alexandra, Delvair Pereira de Souza. Mais tarde, o filho dela e irmão de Rafael, Anderson Dougokenski, e o pai da vítima, Rodrigo Winques, foram ouvidos. Durante a tarde os jurados ouviram a mãe da ré e avó de Rafael, Isailde Batista. Uma ex-professora do menino também testemunhou no caso.
Hoje com 19 anos, Anderson pediu a absolvição da mãe pela morte do irmão. "Se pudessem absolver a minha mãe, a vida mudaria muito. Eu sei que não foi ela", disse. O jovem disse que o pai de seu irmão era um homem "violento".
O pai de Rafael solicitou que Alexandra não estivesse na sala durante a oitiva, o que foi atendido pela juíza. Rodrigo contou aos jurados que a ré dificultava o contato dele com o filho. A testemunha também negou ter problemas com o antigo enteado, Anderson. "O meu desentendimento era com a mãe dele", contou.
Em um depoimento curto, a professora disse que Rafael Ladjane Ravagio "sempre foi muito reservado e aparentemente gostava da mãe". Mãe de Alexandra e avó de Rafael, Isailde Batista afirmou que a filha seria uma "mãezona" e que "Rafael nunca chamou aquele homem [Rodrigo] de pai". A mulher ainda defendeu a inocência da filha. "Ela não mata uma formiga", disse Isailde.
Alberto Moacir Cagol, tio de Rafael e irmão de Alexandra, disse que a ré era uma boa mãe para os filhos. A testemunha disse que tanto Rafael quanto Alexandra chamavam o pai de menino de "Demo" e que a vítima não queria morar com o pai.
A perita criminal Bárbara Zaffari Cavedon foi a última testemunha ouvida nesta terça. A servidora pública foi questionada sobre a reconstituição do crime. Ela afirmou que Alexandra detalhou como posicionou corda no corpo de Rafael, sem mencionar ter feito nós. "Ela referiu até que começou a fazer alguns estalos quando ela estava puxando o corpo, puxando, enfim, a corda para fazer o carregamento do Rafael. E que aí, nesse momento, ela se deu conta que a corda estaria no pescoço do Rafael", disse a testemunha.
Com informações de G1