Borges do Canto: Nova empresa está sendo licitada após obra ser abandonada

16/10/2020

A histórica estrutura de uma das mais antigas instituições de ensino de Palmeira das Missões e região, o Instituto Estadual de Educação Borges segue de portas fechadas. Na terça-feira, 13, uma reunião foi realizada com a 20ª Coordenadoria Regional de Educação – CRE a fim de buscar respostas e solucionar problemas a respeito da conclusão das obras.

Atualmente, as obras de readequação da rede elétrica e outras estruturas estão paradas desde setembro de 2019 porque a Engecom Empreendimentos Imobiliários LTDA, empresa responsável pela obra e, que ganhou a licitação para a realização da mesma, abandonou o projeto. Os trabalhos estão em fase final, faltando aproximadamente 15 a 20% da rede elétrica pra ser concluída, além da subestação de energia.

Segundo a CRE, a obra segue em trâmites do novo processo licitatório. A demora se dá em virtude da rescisão do contrato e suspensão da antiga licitação, que é um processo mais demorado. De acordo com o coordenador, Marcos Hivan Petter Machado, esta sendo realizado um novo projeto, observando o que já foi concluído e o que falta para a conclusão definitiva da obra.

Desde o mês de abril de 2018 o Instituto está interditado, atendendo a uma determinação do Ministério Público Estadual, após o Corpo de Bombeiros constatar a iminência de risco de incêndio oferecido para escola. A readequação iniciada em junho tinha um prazo de 180 dias estabelecido para a conclusão e, desde então, a comunidade vive a expectativa pela reabertura do local.

Em todo município, há uma indignação muito grande, principalmente, com o descaso e total falta de respeito da empresa ao abandonar a obra e do estado em virtude da demora em solucionar o problema. “Estamos no aguardo de que isso se desenrole ainda esse ano. Mas de acordo com a CRE, tem grandes chances do ano letivo do ano que vem reiniciar ainda nas instalações da UPF. Colocamos a indignação da comunidade escolar sobre a demora e o pouco caso do estado com a nossa escola. Também salientamos o grande risco de evasão escolar e transferência de alunos, uma vez que a escola vem perdendo alunos, devido estar alocada longe do local do seu zoneamento”, disse o presidente do CPM da escola, Alan Signori.

Ainda de acordo com Alan, além da evasão a retomada das aulas presenciais também preocupa. “Temos o provável retorno as aulas presenciais a partir desse mês. Em um local insalubre, que não oferece o mínimo de segurança aos alunos, inclusive com falta de EPIs e recursos humanos, pelo grande número de funcionários e professores que fazem parte do grupo de risco da covid-19. A respeito disso, o CPM, o Conselho Escolar, a direção e COE da escola também conversaram com o Ministério Público para que o mesmo esteja a par da situação”, salienta.

Para utilizar a estrutura foi firmado um contrato com a UPF em 20 de abril de 2018, sendo renovado a cada seis meses. De acordo com o documento, para a manutenção do espaço, são ressarcidas as despesas de água, luz e vigilância monitorada.

Na próxima semana, representantes da escola irão para Carazinho conversar com o coordenador da Coordenadoria Regional de Obras Públicas do RS - CROP, órgão responsável pela engenharia e vistoria da obra, em busca de obter uma resposta para a comunidade.

A escola possui cerca de 800 alunos e mais de 60 anos de história. E apesar do abandono e todas as dificuldades enfrentadas, o momento que professores, pais e alunos mais esperam é a volta para a “antiga casa”.

Carine Zandoná Badke/TP