Esporte e leitura para melhorar a vida

16/08/2018

Uma realidade violenta e com poucas oportunidades de crescimento pode apontar dois caminhos: acomodar-se ou pensar alternativas. A segunda hipótese foi a escolhida pelo egresso do curso de Educação Física da Universidade de Passo Fundo (UPF) campus Palmeira das Missões, Anderson Balestra. Ele foi morar na Bahia por amor e acabou construindo muito mais do que a sua família.

Natural de Uruguaiana, Anderson formou-se em 2010. Ele conheceu a esposa Carla Lucia Almeida Miranda pela internet, baiana que conquistou o coração do gaúcho. Ele mudou-se para Bahia e iniciaram a família em São Sebastião do Passé. Hoje, pais do pequeno Luiz Guilherme Miranda Balestra, de cinco anos, eles encontram no projeto social que une esporte e leitura, uma forma de contribuir com a melhoria da qualidade de vida dos jovens moradores do município.

No interior da Bahia, Anderson encontrou uma realidade de violência, vulnerabilidade social e falta de perspectivas. E foi observando essa realidade e a falta de estímulo ao esporte e à educação que ele pensou em desenvolver um projeto que colocasse a bola no pé e os livros nas mãos. “Observei que era importante elaborar algo para contribuir para a formação das crianças. Como sou gremista, enviei o projeto para o Grêmio Futebol Porto-alegrense e de imediato recebi a confirmação para iniciar uma escola em parceria”, conta.

O gaúcho tem o patrocínio da empresa palmeirense Cia da Terra no material de jogo, 300 camisetas, calções e meiões; mais de cinquenta bolas de futebol, entre outros materiais.

No projeto, que contempla jovens entre 10 e 17 anos, para correr em campo é necessário exercitar a leitura. Ele explica que os participantes devem ler uma obra por mês. Essa leitura é compartilhada com os demais e apresentada ao professor. “Hoje, todos os alunos que fazem parte do projeto estão em suas séries regulares e não reprovaram de ano. Muito mais do que apenas ler, eles trabalham valores como o respeito, a partilha. Esse momento em que eles têm um incentivo para ampliar o seu horizonte, conseguimos melhorar a educação e o vocabulário deles”, frisa.

A ideia de Anderson é ampliar o projeto para atender a mais jovens. Para isso, ele conta com a ajuda de voluntários e doadores que colaboram tanto com materiais como com o trabalho. “Não existe a ajuda de nenhum partido e isso dificulta o acesso aos recursos públicos, mas nos viramos com o auxílio de alguns amigos do Rio Grande do Sul. O projeto tem esse objetivo de pensar no futuro das crianças e que elas tenham uma vida digna”, destaca.

 

Por: Caroline Simor Fotos: Divulgação